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Por Hyunjoo Jin e Fanny Potkin e Wen-Yee Lee e Anton Bridge e Max A. Cherney
3 Dez (Reuters) - Uma grave escassez global de chips de memória está forçando empresas de inteligência artificial e de eletrônicos de consumo a disputarem os estoques cada vez menores desses componentes, enquanto os preços disparam.
Lojas de eletrônicos japonesas começaram a limitar a quantidade de discos rígidos que os clientes podem comprar, enquanto os fabricantes chineses de smartphones estão alertando para aumentos de preços.
Gigantes de tecnologia, como Microsoft, Google e ByteDance, estão se esforçando para garantir o fornecimento de fabricantes de chips de memória de empresas como Micron, Samsung Electronics e SK Hynix, de acordo com três pessoas familiarizadas com as discussões.
A pressão sobre os preços afeta quase todos os tipos de memória, de chips flash usados em pen drives e smartphones até a memória avançada de alta largura de banda (HBM), que alimenta os chips de IA em data centers. Os preços em alguns segmentos mais que dobraram desde fevereiro, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado TrendForce, atraindo investidores que apostam que a alta ainda tem fôlego.
As consequências podem ir além do setor tecnológico. Muitos economistas e executivos alertam que a escassez prolongada pode desacelerar os ganhos de produtividade baseados em IA e atrasar investimentos de centenas de bilhões de dólares em infraestrutura digital. Também pode elevar a pressão inflacionária justamente quando muitas economias estão tentando conter a alta dos preços e lidar com as tarifas norte-americanas.
"A escassez de memória deixou de ser uma preocupação no nível de componentes e passou a ser um risco macroeconômico", afirmou Sanchit Vir Gogia, presidente-executivo da Greyhound Research, uma consultoria em tecnologia. A expansão da IA "está colidindo com uma cadeia de suprimentos que não consegue atender às suas necessidades físicas".
Esta análise da Reuters sobre a crescente crise de fornecimento baseia-se em entrevistas com quase 40 pessoas, incluindo 17 executivos de fabricantes e distribuidores de chips. Ela mostra que os esforços da indústria para atender à demanda voraz por chips avançados criou um dilema duplo: os fabricantes de chips ainda não conseguem produzir semicondutores de ponta suficientes para a corrida da IA, mas sua mudança de foco, deixando de lado os produtos de memória tradicionais, está restringindo o fornecimento para smartphones, PCs e eletrônicos de consumo. Algumas empresas agora estão se apressando para corrigir o rumo.
De acordo com a TrendForce, os níveis médios de estoque dos fornecedores de memória dinâmica de acesso aleatório (DRAM) -- o principal tipo usado em computadores e telefones -- caíram para duas a quatro semanas em outubro, ante três a oito semanas em julho e 13 a 17 semanas no final de 2024.
A crise está se desenrolando à medida que os investidores questionam se os bilhões de dólares investidos em infraestrutura de IA geraram uma bolha. Alguns analistas preveem uma seleção natural, com apenas as maiores e mais sólidas empresas conseguindo suportar os aumentos de preços.
Um executivo de uma empresa de chips de memória disse à Reuters que a escassez atrasaria futuros projetos de data centers. A construção de novas instalações leva pelo menos dois anos, mas os fabricantes de chips de memória estão receosos de superdimensionar a capacidade, temendo que ela fique ociosa caso o aumento da demanda diminua, afirmou a fonte.
A Samsung e a SK Hynix anunciaram investimentos em nova capacidade produtiva, mas não detalharam a divisão da produção entre memória HBM e memória convencional.
A SK Hynix informou aos analistas que a escassez de memória persistiria até o final de 2027, afirmou o Citi em novembro.
"Atualmente, estamos recebendo pedidos de fornecimento de memória de tantas empresas que estamos preocupados com a nossa capacidade de atender a todos. Se não conseguirmos, essas empresas podem ficar impossibilitadas de operar", disse Chey Tae-won, presidente do grupo SK, controlador da SK Hynix, em um fórum do setor realizado em Seul no mês passado.
Em outubro, a OpenAI assinou acordos iniciais com a Samsung e a SK Hynix para o fornecimento de chips para o seu projeto Stargate, que exigirá até 900.000 wafers por mês até 2029. Isso representa aproximadamente o dobro da produção mensal global atual de HBM, afirmou Chey. Os wafers são as lâminas de silício onde os chips são fabricados.
A Samsung informou à Reuters que está monitorando o mercado, mas não comentou sobre preços ou relacionamento com clientes. A SK Hynix afirmou que está aumentando sua capacidade de produção para atender à crescente demanda por memória.
A Microsoft se recusou a comentar e a ByteDance não respondeu às perguntas sobre a variante do chip. A Micron e o Google não responderam aos pedidos de comentários.
"IMPLORANDO POR SUPRIMENTOS"
Após o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, que impulsionou o boom da IA generativa, uma corrida global para construir centros de dados de inteligência artificial levou os fabricantes de memória a alocar mais produção para HBM, usada nos poderosos processadores da Nvidia.
A concorrência de rivais chineses que fabricam DRAM de baixo custo, como a ChangXin Memory Technologies, também levou a Samsung e a SK Hynix a acelerarem sua transição para produtos com margens de lucro mais elevadas. As empresas sul-coreanas detêm dois terços do mercado de DRAM.
Em maio de 2024, a Samsung informou aos clientes que planejava encerrar a produção de um tipo de chip DDR4 -- uma variedade mais antiga usada em PCs e servidores -- ainda naquele ano, segundo uma carta vista pela Reuters. Desde então, a empresa mudou de ideia e estenderá a produção, disseram duas fontes.
Em junho, a Micron afirmou ter informado aos clientes que interromperia o envio de memórias DDR4 e de sua contraparte LPDDR4 -- um tipo usado em smartphones -- em um prazo de seis a nove meses.
Segundo uma fonte, a ChangXin seguiu o exemplo e encerrou a maior parte da produção de DDR4. A empresa se recusou a comentar.
Essa mudança, no entanto, coincidiu com um ciclo de substituição de data centers e PCs tradicionais, bem como com vendas de smartphones mais fortes do que o esperado, já que esses dispositivos dependem de chips convencionais.
Em retrospectiva, "pode-se dizer que a indústria foi pega de surpresa", disse Dan Hutcheson, pesquisador sênior da TechInsights.
A Samsung aumentou os preços dos chips de memória para servidores em até 60% no mês passado, segundo reportagem da Reuters. O presidente-executivo da Nvidia, Jensen Huang, reconheceu o aumento significativo de preços, mas afirmou que a Nvidia garantiu um fornecimento substancial.
Em outubro, Google, Amazon, Microsoft e Meta solicitaram à Micron encomendas ilimitadas, informando à empresa que aceitariam toda a quantidade que ela pudesse entregar, independentemente do preço, de acordo com duas pessoas a par das negociações.
Alibaba, ByteDance e Tencent também estão pressionando os fornecedores, enviando executivos para visitar a Samsung e a SK Hynix, disseram fontes à Reuters.
"Todo mundo está implorando por suprimentos", disse uma delas.
As empresas chinesas não responderam às perguntas sobre a crise de chips. Nvidia, Meta, Amazon e OpenAI não responderam aos pedidos de comentários.
(Reportagem de Hyunjoo Jin em Seul, Fanny Potkin em Singapura, Wen-Yee Lee em Taipei, Anton Bridge em Tóquio e Max A. Cherney em São Francisco. Reportagem adicional de Eduardo Baptista, Che Pan, Liam Mo, David Kirton, Heekyong Yang, Stephen Nellis, Jun Yuan Yong e Rachel More. Texto de Brenda Goh)