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Arte e Cultura

Kathryn Bigelow destaca ameaça nuclear em filme de retorno a Veneza

Por Crispian Balmer VENEZA (Reuters) - A diretora norte-americana Kathryn Bigelow lançou seu último filme, "Casa de Dinamite", no Festival de Cinema de Veneza nesta terça-feira, na esperança de que o

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Por Crispian Balmer

VENEZA (Reuters) - A diretora norte-americana Kathryn Bigelow lançou seu último filme, "Casa de Dinamite", no Festival de Cinema de Veneza nesta terça-feira, na esperança de que o suspense possa soar o alarme sobre o perigo sempre presente da catástrofe nuclear.

Seu primeiro filme em oito anos parte do lançamento de um míssil balístico solitário e não identificado em direção aos Estados Unidos, desencadeando uma corrida desesperada para descobrir quem é o responsável e como reagir.

"Essa é uma questão global, como a situação das armas nucleares", disse Bigelow, que em 2010 se tornou a primeira mulher a receber o Oscar de melhor diretora por seu filme sobre a guerra do Iraque, "Guerra ao Terror".

"É claro que, ainda que improvável, mas com esperança, talvez um dia reduzamos o estoque nuclear. Mas, enquanto isso, estamos realmente vivendo em uma casa de dinamite", disse ela em uma coletiva de imprensa, ao lado de algumas de suas estrelas, incluindo Idris Elba e Rebecca Ferguson.

"Como aniquilar o mundo seria uma boa medida defensiva?"

O filme acompanha os 18 minutos que o míssil leva para ser lançado do Pacífico até chegar a Chicago, revelando-se através dos olhos de inúmeras autoridades -- desde o presidente dos Estados Unidos até uma equipe antimísseis no Alasca e os militares que trabalham no Comando Estratégico dos EUA.

"Há essas pessoas incrivelmente competentes operando em um prazo infinitamente curto, e o destino do mundo está em jogo", disse a diretora.

O último grande filme de Bigelow foi o drama histórico criminal "Detroit em Rebelião", de 2017. Antes disso, ela levou ao cinema a caçada de uma década a Osama bin Laden em "A Hora Mais Escura".

Com "Casa de Dinamite", Bigelow revisita a narrativa abrangente e politicamente ressonante que definiu seu trabalho mais célebre.

DESTRUIÇÃO GARANTIDA

Analistas de defesa avaliam que existam até 13.000 armas nucleares no mundo, nas mãos de nove países -- ogivas mais do que suficientes para destruir a vida na Terra várias vezes.

"Construímos esse armamento que poderia acabar com toda a vida e, francamente, é um milagre que algo horrível ainda não tenha acontecido. Muitas dessas armas estão em um sistema de gatilho instantâneo em países como o nosso", disse o roteirista Noah Oppenheim, ex-presidente da NBC News.

Membros do elenco relataram que interpretar personagens envolvidos em uma crise nuclear foi angustiante.

"Aprendi que não tenho coragem de atuar na política", disse Elba, que interpreta o presidente dos EUA. Jared Harris, que interpreta o secretário de Defesa dos Estados Unidos, concordou com o sentimento. "Sou grato por nunca ter sido colocado nessa situação", revelou.

"Casa de Dinamite" é um dos três filmes que a Netflix, empresa de streaming dos EUA, está exibindo em Veneza. Os outros dois são "Frankenstein", de Guillermo del Toro, e "Jay Kelly", de Noah Baumbach.

Os três estão concorrendo ao prestigioso prêmio Leão de Ouro, que será entregue em 6 de setembro.

(Reportagem de Crispian Balmer)